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domingo, 24 de julho de 2011

VIDA

Eu preferiria conviver apenas com pessoas equilibradas, ditas normais, ou pelo menos aquelas que assim se portam no dia-a-dia. Então ao chegar a tal conclusão imagino como seria perfeito, segundos depois me pego absolutamente cansada de tamanha monotonia: tudo igual sempre igual nada especial, nada estranho, nada anormal, nada absolutamente normal que é o não ser nunca igual. E assim sinto falta do desequilíbrio que equilibra a vida, das aberrações que me tornam um ser social, que me levam a falar e ouvir horas a fio. Penso ainda que a mim mesma excluí das pessoas com quem gostaria de conviver, e como seria conviver eu sem mim?
Deixando de lado a absurdo da questão, prefiro ser assim normal e continuar pensando o irracional e convivendo com o que de fato é normal.
É simples, é belo, é cômico, é absurdo, é insensato é vivo, é vida. Vida cheia de vida é assim que existe graça em viver, que vale a pena cada amanhecer, mesmo o triste, chuvoso, nublado, raivoso.
Seres alienados ao cotidiano e trivial, perdem a beleza que há em um dia convencional, cercado de pessoas estranhas, desequilibradas, risonhas, tristes, normais.
Viver a vida de graça com graça, a vida que é uma graça. Tumultuada, estranha às vezes, e indigesta também, faz parte, afinal como saberia o que é bom viver se nunca tivesse vivido algo ruim para comparar e preferir?
É preciso viver aqui e ali sem esperar passar para depois curtir e aproveitar, é preciso viver cada momento venha ele como vier, é assim que é a vida e provavelmente por isso mesmo é tão divertida.

Saber viver é aprender conviver, não é entender mas aceitar que as pessoas são como são e que o que eu sou também incomoda, irrita ou alegra outro alguém.

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Bonequinhos de corda ou pessoas?

Tempo livre, tempo para fazer nada, tempo para organizar os pensamentos. No dia-a-dia, a rotina por vezes nos tira o tempo de ser quem somos, de exercitar o que realmente acreditamos. Por vezes vivemos a sucessão da rotina e em alguns momentos nos vemos sufocados por não sermos nós mesmos, acabamos agindo como bonequinhos em quem foi dado corda que simplesmente cumprem com aquilo para que foram treinados. Acorda de manhã vai para o trabalho, cumpre as tarefas do dia, estuda a noite e exausto ao chegar em casa novamente, dorme porque amanhã será de novo tudo igual. Para os dias de folga temos uma rotina de descanso que nos suga tanto quanto a da semana. Um dia qualquer, um domingo um feriado não programado, nos damos conta do quanto um dia é longo e curto ao mesmo tempo, há tanto para ser feito e tão pouco tempo para verdadeiramente ser. Somos aquilo que pensamos. Mas e quando não pensamos, apenas reagimos?
Por vezes não entendemos o que acontece a nossa volta, por um motivo muito simples, não temos participado de nossa própria vida. Vivemos no famoso ritmo “deixe a vida me levar” e ela leva para onde talvez não consigamos voltar sozinhos, afinal não fomos por conta própria, nos deixamos ser levados. Para onde estou indo, quem sou eu, quem determina o que faço? O acaso, a rotina, minha razão, meus princípios?
Só posso chegar onde pretendo ir, quando sei qual o caminho que estou trilhando, se conheço o caminho. Jamais se chega onde se pretende ao acaso, trilhando caminhos desconhecidos, o caminho que as multidões trilham não são o guia para que indivíduos alcancem suas metas.
Por mais cansativa que seja uma rotina, que nunca deixemos a exaustão roubar a capacidade de pensar e decidir ser quem somos por convicção. Procuremos ser pessoas e não bonequinhos de corda.

sábado, 8 de janeiro de 2011

Milagres ou Graça?

Não é necessário escolher um ou outro, nosso Deus é quem provê ambos. No entanto muitas vezes me canso dos caçadores de milagres assim como há muito tempo já me cansei dos milagreiros. Os milagres são fatos, já vi e convivi com muitos, já presenciei curas e creio no Deus que cura. No entanto não tenho a menor paciência com receitinhas que levam a qualquer coisa que vem de Deus.
Outro dia ouvi um cidadão ministrando cura, ele esbravejava que o agente da cura é única e exclusivamente a fé. Tudo bem, afinal se me faltar fé passo a desacreditar em Deus. Mas a certa altura da falação o cidadão ousou dizer que intimidade e comunhão com Deus são menos importantes, afinal somente a fé cura e a intimidade e a comunhão com Deus não o fazem.
Neste ponto passei a pensar em como inescrupulosamente as pessoas usam os dons que recebem de Deus, para se sobressair aos demais irmãos, fazem uma escala do que é ou não importante.
Pense comigo, pode alguém ter intimidade e comunhão com Deus sem ter fé? Pode alguém orar a Deus diariamente clamando por cura, sem crer que ela ocorrerá? E se esta cura não ocorrer posso categoricamente afirmar que não houve fé?
Sabe, ao contrario deste cristianismo infantil que se vive por aí, eu tenho muita dificuldade em acreditar que eu sou quem determina o que Deus fará. O meu Deus é um Deus todo poderoso, portanto pode tudo a qualquer tempo independente do que eu faça ou deixe de fazer, independente de minha fé, Ele pode ou não curar. O meu Deus conhece mais de mim do que eu mesma.
Paulo, personagem bíblico, clamou a Deus que fosse liberto de um espinho na carne, mas em determinado momento ele compreendeu que não era uma cura que ele precisava, mas que a Graça de Deus lhe bastava.
Na minha opinião a fé que necessito para ser curada e bem menor do que a fé que necessito para ter intimidade com um Deus que eu sei que pode me curar, mas não me curou. Acredito que é necessário muito mais fé para crer no amor e bondade deste Deus, que me diz que pela sua graça posso conviver com minha doença, adorar e exaltar seu nome dedicando minha vida ainda que enferma para honrar e glorificar seu nome.
Se fosse preciso escolher, eu não trocaria a fé que me leva a ter intimidade com Deus, pela fé que me traga um milagre. Prefiro a intimidade regada pela dose diária de graça.

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Equilíbrio

Equilibrista, de acordo com o dicionário é aquele que mantém o equilíbrio. Mas um equilibrista não nasce equilibrista, ele descobre como se equilibrar e cultiva o hábito de exercitar essa pratica. O exercício continuo que o torna equilibrista.
Há pessoas que desenvolvem equilíbrio com maior facilidade, outras tem mais dificuldade outras ainda tem grande dificuldade. Mas o fato é que o equilíbrio não nasce pronto, é algo que precisa ser aprendido.
O equilibrista de circo ou do calçadão é um personagem que cativa a atenção, mas poucas vezes em meio a admiração percebemos o segredo que este artista traz para nossa vida.
Se queremos ter um corpo saudável precisamos ser equilibrados na alimentação e exercícios físicos. Se almejamos uma vida emocional saudável o segredo é o equilíbrio também. E na vida espiritual também não há nada mais saudável que manter o equilíbrio.
Extremos nunca são saudáveis. Em nenhum dos âmbitos de nossa vida, seja física, mental ou espiritual. Pessoas que levam a espiritualidade ao extremo tornam-se emocionalmente abaladas. Pessoas emocionalmente abaladas tornam-se doentes fisicamente.
Quando falo dos extremos da espiritualidade, falo dos extremos mesmo, de sua nulidade assim como de seu excesso. Uma vida saudável espiritualmente combina uma rotina em que família, trabalho e amigos não são empecilhos ou obstáculos. Em que o local de adoração não é uma construção especifica onde é necessário marcar presença. Uma vida espiritual saudável é aquela que entende que a vida como um todo deve ser de adoração, adorar é viver de forma integra aquilo em que se crê sem impor que aqueles que são de seu convívio façam o mesmo.
Pessoas emocionalmente abaladas não são apenas as pessoa frágeis. Pessoas ríspidas, donas da razão que amedrontam aqueles que estão a sua volta também estão com as emoções frágeis. Diferentes pessoas reagem de diferentes formas ao desequilíbrio emocional. Mas todo desequilíbrio emocional interfere na saúde física, com maior ou menor intensidade, desenvolvendo síndromes meramente psicossomáticas onde a cura quase está no campo do impossível ou desenvolvendo aqueles sintomas físicos tão conhecidos como fadiga, gastrite, insônia, sonolência excessiva, dor de cabeça, dor no corpo, dor... Emoções desequilibradas causam dor.
Pessoas com a saúde física debilitada são vulneráveis a abalos emocionais e espirituais. A dor desequilibra, seja ela em que campo for.
Uma vida desequilibrada espiritualmente desequilibra o emocional e o físico. Uma vida desequilibrada fisicamente pode desequilibrar o emocional e o espiritual. Mas uma vida espiritualmente equilibrada pode equilibrar emoções e saúde física. Já uma vida fisicamente saudável não interfere em emoções abaladas nem na espiritualidade.
O segredo do perfeito equilíbrio começa em colocar em ordem a vida espiritual. E cuidar das emoções e saúde física com o mesmo zelo. Corpo, mente/alma, e espírito saudáveis: o segredo é aprender a ser equilibrista somos formados por um conjunto e precisamos vive-lo por completo e não apenas uma ou duas de suas partes.
Deus Pai, Deus filho e Deus Espírito Santo são três seres distintos, mas sua harmonia nos mostra que sua essência é apenas uma. Os três são apenas Um. Nossa constituição humana é de apenas um ser composto por três partes, alma, corpo e espírito e precisamos de harmonia entre as três partes para que sejamos saudáveis. Não precisamos ser mestres em explicar como funciona a trindade divina basta crer e saber que Deus nos deixou as diretrizes completas de como viver uma vida equilibrada por escrito. A Bíblia, ou o manual de sobrevivência humana saudável na terra é composto por histórias, poesias, livros de sabedoria e instrução que englobam a vida humana como um todo, não há aspecto humano que fuja as orientações ali contidas. É um livro que nunca fica desatualizado, pois independentemente de quanto os aspectos físicos do mundo evoluam a essência do ser humano continua sendo a mesma e independente do momento histórico em o livro sagrado foi escrito e o que vivemos hoje, as instruções bíblicas não são baseadas em momentos históricos e sim em seres humanos independente de lugar ou momento em que viva.

domingo, 15 de agosto de 2010

Amor Capitalista

Todos buscamos o amor, procuramos amar, desejamos ser amados.
Nem sempre demonstramos nosso amor de forma que o ser a quem amamos sinta-se realmente amado, mas continuamos amando. E desta mesma forma muitas vezes somos amados e não nos sentimos amados. O amor não é um sentimento, nós humanos somos sensitivos e ansiamos pelo sentir. Mas o verdadeiro amor nem sempre vem envolto de magníficas sensações. Sabemos que Deus nos ama, que nos ama extremamente ao ponto de sacrificar a vida de um filho por amor a mim e a você. Eu sei, você sabe disso, mas por que não consigo muitas vezes me sentir amada? Geralmente encaramos o amor do outro por nós como se fosse um mérito, eu o conquistei por isso ele me ama, tenho qualidades que despertam o interesse do outro e em contrapartida o outro me ama. Mas quando falamos em Deus, não há nada que eu possa fazer ou ser para merecer o amor que Ele tem por mim. Ao me sentir indigna do amor de Deus por muitas vezes acabo não aceitando seu amor por mim.
Veja só como somos contraditórios, ansiamos ser amados e Deus nos ama, mas muitas vezes não aceitamos o amor de Deus porque sabemos que não o merecemos. Somos capitalistas até mesmo para amar e receber amor. O amor de Deus é de graça. Mas qual é a relação do capitalista com aquilo que é de graça? Se é graça, meu dinheiro não compra, se é de graça, não consigo negociar, se não consigo negociar, não consigo valorizar, e se não valorizo... é inevitável desprezo!!
Ansiamos por amor, mas somos extremamente capitalistas. Amor não se compra, não se troca, não se negocia. O amor de Deus é acessível a todos e da mesma forma que nós desejamos ser amados, Deus deseja que nos sintamos amados. Ele nos ama, mas seu amor é de Graça. Para me sentir amada, preciso aceitar a graça, entender que jamais vou merecer e jamais vou perder este amor, Deus me ama e pronto. Me ama quando me sinto amada e ama quando não me sinto amada, me ama quando o amo e me ama quando esqueço que ele existe e anseia por minha presença, me ama quando estou de bem com a vida e ama quando não estou. Me ama quando erro e me ama quando acerto. Amor de Deus é amor incondicional, não há condição o que há é AMOR, em todo tempo em qualquer circunstancia Deus me ama. Preciso ser amada e Deus me ama!!!
Tudo que preciso então para me sentir amada é deixar de ser capitalista no que diz respeito ao amor, assim sentirei o amor do Pai, o amor de Deus e conseqüentemente meus relacionamentos também serão melhores, pois aprenderei amar sem cobrar por este amor e saberei ser amada sem me sentir devedora.

domingo, 18 de julho de 2010

Silêncio e Obediência

Há um momento em que a frustração diante do que Deus nos pede é tamanha que não conseguimos disfarçar, não conseguimos sorrir, não conseguimos fazer de conta que achamos normal o pedido que Deus está nos fazendo. Abraão compreende bem o que estou dizendo e ensina-nos a como agir, quando Deus nos faz pedidos absurdamente descabidos.
Deus pediu a Abraão que sacrificasse seu filho, seu único filho legitimo, O filho da promessa. Promessa? O filho da promessa, o filho que o próprio Deus havia lhe prometido e milagrosamente concedido.
O que Abraão pensou diante do pedido de Deus? Provavelmente o que nós também pensamos – Deus ficou louco?? Onde é que ele quer chegar com isso?? Independente do Abraão tenha pensado precisamos estar cientes de como ele agiu.
O que Deus pediu era absurdo, portanto Abraão não alardeou, permaneceu em silêncio, guardou para si, Deus fez um pedido pessoal e Abraão manteve em sigilo. Abraão achou absurdo, mas ainda assim obedeceu. Abraão conhecia Deus o suficiente para saber que não precisava entender o que Deus estava fazendo, precisava apenas continuar crendo que Deus continuava sendo o Senhor do Saber, afinal que Deus era Deus e ponto final e que independente do que pudesse pensar a respeito, ele era apenas um homem e como tal mesmo sem entender estaria muito mais seguro obedecendo que entendendo.
Guardar silêncio e obedecer. Parece tão obvio e tão simples... mas raramente conseguimos seguir este exemplo. Se achamos que Deus está pedindo algum absurdo queremos ouvir uma segunda opinião. Em vez de obedecer prontamente preferimos argumentar com Deus na tentativa absurda de uma negociação.
Se ainda estamos vivos devemos muito a graça e misericórdia de Deus que não nos fulmina quando tentamos negociar com ele como de igual para igual.
Falta-nos muitas vezes a compreensão de quem afinal é Deus, gostamos tanto de ter o controle absoluto da situação que muitas vezes quando Deus, mostra-se Deus em nossa vida – resistimos a Ele, pois perdemos o controle da situação.
Muitas vezes quando Deus nos pede algo absurdo é por razoes muito simples. Ele está apenas nos pedindo para que o devolvamos o lugar que é dEle. Deus não tem interesse na morte de Isaque, quer apenas ter de volta o lugar que Isaque tem ocupado, lugar que não pertence a Isaque. O Problema de Deus não é com Isaque é com Abraão que colocou Isaque onde este não deveria estar.
Isaque é o presente de Deus, e Deus não deseja destruir a promessa, deseja apenas que as coisas estejam em seu devido lugar, para que assim cumpra-se a promessa de forma integral.
O nascimento de Isaque sinaliza o inicio do cumprimento da promessa, mais há um longo percurso até que este gere seus próprios filhos. Assim como sua mãe sua esposa, aquela escolhida por Deus com este propósito, também é estéril. Duas gerações de mulheres estéreis são parte do plano de Deus para gerar uma nação.
Quem gera é Deus não somos nós, Deus prova quem Ele é pelo modo que faz as coisas absurdamente, para que compreendemos que somos apenas instrumentos em suas mãos e para o sermos precisamos confiar no que Ele nos pede para fazer ao invés de fazermos por conta própria.
Abraão poderia apoderar-se da promessa de que seria pai de uma grande nação abandonando a Sara após o nascimento de Ismael. Poderia tomar Hagar por esposa e gerar sua descendência. Sabemos que este não era o propósito de Deus, mas Abraão teria a alegação de que estava cumprindo a promessa de Deus de gerar uma grande nação. Se Abraão escolhesse cumprir por sua própria metodologia a promessa de Deus. Deus por sua vez procuraria por um outro alguém que estivesse realmente disponível para ter fé e obedecer.
Abraão poderia achar que estava no caminho correto mas provavelmente hoje nenhum de nós saberia que existiu um homem chamado Abraão.
Por vezes olhamos para o lado e vemos promessas que eram nossas se cumprindo em outras vidas e temos a ousadia de reclamar com Deus. Deus deseja cumprir suas promessas em nós, mas para isso precisamos obedecer e não agir por conta própria, alardeando que estamos cumprindo as promessas de Deus.

sábado, 12 de junho de 2010

Quando cansamos...

E quando cansamos de esperar? E quando não sabemos como agir? E quando não sabemos se devemos agir ou esperar? E quando não conseguimos nos aquietar? E quando tudo parece ter perdido a razão de ser? E quando até cansamos de querer entender seja lá o que for e tudo que desejamos é conseguir descansar?
Li um livro outro dia que tinha um sub tópico que poucos ousariam escrever, o tópico é: E quando a fé não funciona? Em outras palavras é como dizer e quando quase não acredito mais em Deus? É difícil falar sobre os momentos em que o silencio de Deus nos ensurdece ao ponto de precisarmos contar com a razão sobrenatural que não vemos nem sentimos. Há momentos em que temos certeza que Deus existe por não conseguirmos negar o que já vivemos ou vivenciamos com Ele que gritam por sua existência. Mas se conseguíssemos negar o passado, no presente seria bastante obvio que Ele não existe, ou se existe simplesmente não se importa mais.
Quando estamos em uma situação desesperadora e Deus insiste em permanecer em silencio precisamos nos agarrar a alguma coisa. E quando tudo que ainda temos é Deus e Ele está em silencio?
Há um momento em que o passado que não conseguimos negar passa a ser alvo de questionamentos e olhando para ele com base no presente acabamos decidindo que foi obra do acaso e partindo desta conclusão matamos Deus como se Ele jamais tivesse existido.
Por quê? Por que quando mais precisamos agir com coerência é que nos tornamos mais insanos?
Os momentos em que nos apegamos desesperadamente a Deus e não vemos seu agir, nem ouvimos sua voz, são geralmente momentos nos quais queremos nos eximir da culpa que de alguma forma temos por estar como estamos. Ansiamos desesperadamente que Deus resolva nosso problema, não porque confiamos que Ele pode fazê-lo, mas porque culpamos a Ele. Acreditamos mesmo sem ter consciência disto que foi Ele que nos levou a estar na situação em que estamos. Esquecemos completamente que Deus permite situações trágicas em nossa vida, mas Ele jamais as provoca. Agimos como se Ele tivesse provocado e exigimos que Ele resolva.
Esbaldamo-nos em nosso livre arbítrio e depois agimos como se tudo fosse predestinado. Em última instância o culpado de tudo ainda é Deus, afinal foi Ele quem nos criou e temos a petulância de culpá-lo nem que seja por nossa mente fraca.
Ou Deus não existe, ou se existe é culpado. Tiramos nossa natureza pecaminosa de cena, eliminamos o Diabo que insiste em manipular em iludir em enfraquecer nossa mente. Não culpamos ao Diabo por que acreditamos que Ele esqueceu-se que existíamos quando decidimos viver por Cristo. Ele não se esqueceu apenas passou a agir em silencio, de fora para dentro. Ele manipula circunstancias e eu desatenta escolho me enredar nelas. Ele não tem mais poder para agir em mim e eu descanso como se ele não mais agisse.
Deus sabe exatamente que por mais que duvide dEle por vezes, ainda acredito nEle, nem que seja para culpá-lo. Mas Deus não manipula circunstâncias, Deus não invade minha vida, Deus não intervém onde não há espaço para Ele. Deus está a todo tempo de braços abertos esperando que eu me desarme e vá ao seu encontro descansar enquanto começo a consertar aquilo em que me atrapalhei, enquanto me livro das armadilhas em que caí. Deus espera que eu esteja em seu colo enquanto me perdôo pelas minhas distrações e peço que Ele também me perdoe. Mas para isso o primeiro passo é reconhecer que Ele não é mau, que a culpa não é dEle. Ele pode me ajudar a solucionar assim que deixe de ser culpado.